Nos últimos meses, me envolvi em várias aventuras de codificação. Além dos projetos paralelos e do trabalho, ainda tinha os compromissos da universidade. Trabalhei simultaneamente com Next.js, Vue.js, C, Java e Shell Script. Talvez eu volte aqui um dia desses para falar mais sobre essa jornada, mas, por enquanto, vamos focar no Shell Script.
Eu já tinha a intenção de estudar Shell Script, mas felizmente a universidade acelerou esse encontro. Meu primeiro contato foi na cadeira de Sistemas Operativos I e, uau, que linguagem! Eu diria que Shell Script é uma linguagem familiar, mas diferente (sei que parece estranho). Parece Python e Java, só que diferente.
Uma pesquisa rápida no ChatGPT revela que:
"Shell script é uma linguagem de script projetada para ser interpretada e executada por um shell de sistema operacional, como o Bash. As linguagens de script são usadas principalmente para automatizar a execução de tarefas que, de outra forma, seriam executadas manualmente no terminal."
Recebemos a missão de criar um sistema para uma clínica fictícia, onde tivemos que criar grupos, adicionar usuários, configurar sistemas de logs, permissões, transferência de arquivos via NFS e muito mais. O desafio foi bem aceito, e meu time e eu demos o nosso melhor. Desde já, gostaria de agradecer a cada um deles, nomeadamente:
Nenhum de nós tinha experiência com a linguagem, o que tornou o desafio ainda mais interessante.
Voltando ao Shell Script, apesar das suas particularidades, ele ainda compartilha algumas características com outras linguagens, como, por exemplo, estruturas de repetição e estruturas condicionais.
Então, penso poder listar as duas coisas que mais chamaram a minha atenção nessa aventura:
- A sintaxe do Shell Script;
- A execução dos arquivos.
echo "A sintaxe do Shell Script"
A sintaxe do Shell Script pode parecer um pouco diferente no começo, mas uma vez que você entende os conceitos básicos, fica bem mais fácil. Então, se tiver o seu Linux aberto, crie um arquivo .sh e vamos lá.
Todo script Bash geralmente começa com uma linha "shebang", que indica ao sistema operacional qual interpretador usar para executar o script.
#!/bin/bash
O comando echo é usado para imprimir texto na tela e o read para ler a entrada do usuário.
#!/bin/bash
echo "Qual é o seu nome?"
read nome
echo "Olá, $nome!"
Repare na forma como chamamos a variável usando um $.
Um exemplo realizando soma de dois números seria:
#!/bin/bash
a=2
b=3
soma=$(($a+$b))
echo "$soma"
A questão do espaçamento também é uma situação delicada no Shell Script, onde um espaço pode influenciar significativamente no desempenho do código. Abaixo, um exemplo de um código aparentemente certo, mas que não terá o resultado esperado por conta dos espaços.
#!/bin/bash
# Exemplo incorreto
# Nesse exemplo teríamos um erro do tipo:
# ./file.sh: line X: [X: command not found
soma= 7
if [$soma -eq 7]; then
echo "Igual"
else
echo "Diferente"
fi
Analise um pouco o código. A solução é bem mais simples do que se pode imaginar: ESPAÇAMENTOS! Adicionamos e removemos os espaçamentos nos lugares corretos e já está.
#!/bin/bash
soma=7
if [ $soma -eq 7 ]; then
echo "Igual"
else
echo "Diferente"
fi
Ainda existe mais coisas interessantes na sintaxe do Shell Script, mas talvez seja melhor descobrir sozinho (risos), então vamos ficar por aqui.
echo "A execução dos arquivos"
Supondo que você tenha seu arquivo .sh com o código bem feito e deseja executá-lo. Na verdade, a execução em si, não tem nada de muito diferente ou incomum. Com o bom e velho Java, por exemplo, você seguiria:
javac file.java
// Depois
java file
Já no Shell Script, você precisaria estar no diretório do arquivo e executar:
./file.sh
Até aqui nada de mais, mas você seria recebido pelo seguinte erro:
bash: ./file.sh: Permission denied
E é aqui onde teremos o pulo do gato, sim, permissões. Você precisaria atribuir permissões aos seus arquivos .sh e problema resolvido. Em seu terminal você executaria:
chmod a+x file.sh
E já está, depois das permissões, você poderá executar o seu arquivo .sh.
Conclusão
Shell Script é uma ferramenta poderosa e eficiente para automação de tarefas e administração de sistemas. Embora tenha uma curva de aprendizado inicial, sua simplicidade e eficácia tornam-no indispensável para muitos desenvolvedores e administradores de sistemas.
Minha jornada com Shell Script começou como um desafio universitário, mas acabou se tornando uma habilidade valiosa que continuo a explorar. A experiência de criar um sistema para uma clínica fictícia e colaborar com minha equipe me mostrou o poder e a flexibilidade dessa linguagem. Explorar e experimentar com Shell Script pode abrir muitas portas para simplificar e automatizar tarefas diárias, permitindo que você se concentre em aspectos mais complexos e criativos do desenvolvimento de software. E quem sabe, pode ser o começo de uma nova aventura na sua carreira de programação.